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Babaçu

A palmeira onde tudo se aproveita

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As amêndoas ainda verdes podem fornecer um tipo de leite com propriedades nutritivas semelhantes ao leite humano

O coco do babaçu possui uma casca resistente com 3 a 5 amêndoas no seu interior

Do mesocarpo do coco é extraída uma farinha, muito nutritiva e de textura fina, também chamada pó de babaçu

 O fruto é forte símbolo de resistência das quebradeiras de coco babaçu. Foto: Diêgo Medeiros

Sobre o fruto

O babaçu (nome científico: Attalea ssp.) é uma nobre palmeira presente no Cerrado e nas regiões Norte e Nordeste do país. É chamado popularmente de baguaçu, coco-de-macaco e uauaçu (na língua tupi). Conhecido pelo reaproveitamento integral de todas suas partes, atualmente a maior parte dos babaçuais são encontrados nos estados do Maranhão, Tocantins e Piauí.

A extração das amêndoas do babaçu é feita normalmente por mulheres, conhecidas como “quebradeiras de coco”. A coleta do coco babaçu é cercada por uma forte mobilização social necessária no combate aos conflitos agrários e para a criação de políticas em favor do acesso livre aos babaçuais, tornando a cadeia produtiva do babaçu uma das mais representativas do extrativismo vegetal no Brasil.

O coco do babaçu possui uma casca resistente com 3 a 5 amêndoas no seu interior. As amêndoas ainda verdes podem fornecer um tipo de leite com propriedades nutritivas semelhantes ao leite humano. Do mesocarpo do coco é extraída uma farinha, muito nutritiva e de textura fina, também chamada pó de babaçu.

Com a farinha do mesocarpo do babaçu é possível fazer deliciosos bolos, mingaus,  biscoitos. Ela também pode servir como base para receitas salgadas como caldos e peixes. O leite originário das amêndoas verdes é muito nutritivo e utilizado na culinária local como tempero para carnes de caça e peixes. Também pode ser consumido in natura, substituindo o leite de vaca. O óleo de babaçu extraído da amêndoa - a parte mais nobre do fruto - também é usado na culinária, substituindo o óleo de cozinha comum. Na região Nordeste é comum a utilização do óleo para o preparo de ovos fritos e como base da receita clássica baião de dois.

O babaçu também é utilizado pela medicina popular, principalmente como anti-inflamatória e cicatrizante. Alguns estudos farmacológicos mostram que a espécie também tem uma forte ação analgésica e contra o hipertireoidismo. A composição da planta é rica em antioxidantes, importantes para o combate de radicais livres. Este efeito, além de ser protetor contra o câncer, retarda o envelhecimento precoce. Seu valor medicinal é tão grande que o Ministério da Saúde incluiu a espécie na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS.

O mesocarpo do babaçu apresenta valores consideráveis de fibras, cálcio, magnésio, fósforo e ferro. Ele é um complemento alimentar bastante rico em sais minerais e amido. O óleo de coco babaçu possui em sua composição grande quantidade de ácido graxo, ácido láurico e ácidos oleico, mirístico e caprílico, que proporcionam propriedades benéficas.

Cada palmeira pode atingir de 10 a 30 metros de altura, com grandes folhas arqueadas que podem chegar a oito metros de comprimento. As árvores costumam ter entre três e cinco cachos de flores amareladas. Do babaçu, tudo pode ser reaproveitado. Suas folhas são utilizadas na armação de coberturas para casas e, nos períodos de seca, para alimentação animal. As fibras destas mesmas folhas são utilizadas para produzir cestos, peneiras, esteiras, entre outros produtos artesanais. Seu estipe é utilizado na marcenaria e, algumas vezes, como adubo natural. Do caule é possível extrair o palmito, quando jovem, o caule também produz uma seiva que, fermentada, se transforma em um tipo de vinho.

Normalmente, a produção de coco pode variar bastante. Cada safra pode ter entre 3 e 5 cachos e cada cacho produz de 300 a 500 cocos. O pico de florescimento acontece entre janeiro e abril e os frutos amadurecem entre agosto e dezembro.

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